domingo, 3 de junho de 2012

Solenidade da Santíssima Trindade


No decurso de vários sécu­los, sur­gi­ram várias sole­ni­da­des cele­bra­das no cor­rer do tempo comum, ditas tam­bém “sole­ni­da­des mai­o­res do ciclo anual” ou “fes­tas do Senhor no tempo comum”, por causa de sua depen­dên­cia em rela­ção à data da Pás­coa. A sole­ni­dade da San­tís­sima Trin­dade é uma delas. Sua ado­ção no calen­dá­rio litúr­gico se dá em decor­rên­cia das con­tro­vér­sias cristo lógicas e tri­ni­tá­rias dos sécu­los IV e V, pro­vo­ca­das prin­ci­pal­mente pela here­sia de Ário. O Domingo da Trin­dade, como festa, só se pro­pa­gou a par­tir do ano 1200.


     A festa é cele­brada no pri­meiro domingo depois do Pen­te­cos­tes, como uma espé­cie de olhar retros­pec­tivo de ação de gra­ças sobre todo o minis­té­rio que o Pai opera no Filho pelo Espí­rito Santo. Pode­mos enten­der, assim, que é a pri­meira pes­soa da Trin­dade, o Pai, quem atua sal­vi­fi­ca­mente no período do Antigo Tes­ta­mento; ao passo que nos rela­tos dos Evan­ge­lhos encon­tra­mos as prin­ci­pais ações sal­ví­fi­cas da segunda pes­soa da Trin­dade, o Filho; e é durante todo o pro­cesso de expan­são mis­si­o­ná­ria da Igreja, que vemos prin­ci­pal­mente os atos sal­ví­vi­cos da ter­ceira pes­soa da Trin­dade, o Espí­rito Santo. 
Assim, convencionou-se cele­brar seqüen­ci­al­mente os epi­só­dios da ascensão do Senhor, segunda pes­soa, que volta para o Pai, a pri­meira pes­soa, que é quem envia o Espí­rito Santo, a ter­ceira pes­soa que, ao des­cer sobre a Igreja, completa a obra da San­tís­sima Trin­dade. Dessa forma, três domin­gos cele­bram con­se­cu­ti­va­mente essas sole­ni­da­des sig­ni­fi­ca­ti­vas para a tra­di­ção cristã: a Ascensão, o Pen­te­cos­tes e a Trindade.
     Quando se intro­du­ziu a festa da Trindade, já estava con­ven­ci­o­nado que o domingo de Pen­te­cos­tes encerra o ciclo da Pás­coa. Esta festa pas­sou então a ocu­par lugar den­tro do segundo ciclo do Tempo Comum, que a rigor começa na segunda-feira após Pen­te­cos­tes. A Trin­dade constitui-se, por­tanto, em uma “sole­ni­dade maior” den­tro do Tempo Comum. Trata-se de uma festa que não repre­senta, neces­sa­ri­a­mente, um evento his­tó­rico, mas relaciona-se a uma dou­trina teológica.

Liturgia Diária – Domingo – Solenidade da Santíssima Trindade